sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Amir e Hassan jan/ A impressionante amizade de um Pashtun e um Hazara

   

Logo de inicio já sentimos empatia pelos personagens, foram bem criados, fisicamente e intelectualmente. O livro relata a vida de dois amigos, Amir e Hassan, etnias totalmente diferentes (Pashtun e Hazara) e o cenário é o Afeganistão, com esses fatores já percebemos que será uma história para reflexão.
Deixo isso bem claro, pois muitos acabam pegando este livro esperando uma história bem inovadora e surpreendente, pois foi muito divulgado pela mídia , porém é um livro para ser lido com as expectativas corretas, ou seja, mais pé no chão, pois é transmitida uma história cheia de sentimentos que vão da culpa à redenção!
Amei lê-lo, tem partes mais morosas e menos interessantes, mas isso não interfere na qualidade do romance, o inicio é ótimo e o finalzinho é cheio de pequenos ápices emocionais.
Não posso deixar de mencionar que Khaled Hosseini arrasou nas descrições de todos ambientes! Ele trouxe suas próprias experiências em Cabul para a história, não afirmo que é uma autobiografia, mas traz facetas da vida de Khaled. 

Note este trecho de uma entrevista que ele deu a revista época:

"ÉPOCA – Todos os seus livros têm personagens afegãos. O senhor se sente obrigado a escrever sobre sua terra natal?
Hosseini –
Sinto a obrigação de escrever livros verdadeiros. Se eu tiver uma história ótima na cabeça e ela for ambientada na Califórnia, não deixarei de escrevê-la só porque as pessoas esperam que eu escreva sobre o Afeganistão. Por acaso, me interessei muito pelo Afeganistão nos últimos dez anos. Talvez não tenha mais uma história a contar sobre o país. Talvez não tenha mais nenhuma história para contar. Toda vez que me sento para escrever, tenho a sensação de que o livro não irá a lugar algum, ninguém vai lê-lo e não tenho nada a dizer. Ter conseguido publicá-los é uma surpresa maravilhosa. Se as pessoas se lembrarem de mim no futuro, serei lembrado como alguém que trouxe o verdadeiro Afeganistão para os olhos do Ocidente. Nada que eu possa fazer em minha carreira mudará isso."


       
The Kite Runner ("O Caçador de Pipas")


     Bom, vou parar por aqui, não quero dar spoiler..rsrs
         PS: O engraçado é que aqui no Brasil se ouvimos o final de um filme, logo perdemos a vontade de assisti-lo, já os afegãos preferem saber o final, pois isso é que define se eles vão assisti-lo ou não. 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

INVENCÍVEL


Já vimos muitos filmes sobre segunda guerra, sobre pessoas e heróis, mas esse não é sobre nada disso, esse é sobre o espírito humano e o seu limite.
Baseado na história real de Louis Silvie Zamperini nasceu em 1917 em Nova York, filho de imigrantes italianos, aos dois anos foi morar em 1919 na Califórnia onde fora criado por toda sua juventude, mas devido ao fato de sua família não falar inglês era constantemente perseguido por valentões e sempre se metia em confusões.
Com isso seu pai, lhe ensinara boxe a fim de se defender dos valentões, esporte esse pelo qual se interessava tanto que até pensou em se tornar profissional.
Mas sua paixão mesmo veio quando o irmão lhe apresentou o atletismo, onde seu irmão o forçava ao máximo nos treinos, mas que o fizeram atingir grandes resultados, proporcionando até mesmo que participasse das olimpíadas de 1936 em Berlim, se tornando o mais jovem atleta a participar de uma olimpíada de verão.
Mas os dias negros se abateram, e ele se tornou bombardeiro da aeronáutica americana durante a segunda grande guerra.
Durante uma missão de resgate, o avião onde ele se encontrava caiu no mar, o deixando a deriva por 47 dias, mas como sofrimento é pouco, após esse longo período a deriva, fora “resgatado” por japoneses.
Após ser torturado para que entregasse algumas informações, fora encaminhado ao campo de concentração onde sofrera torturas todos os dias, quando este campo sofrera com ataques das forças aliadas foi encaminhado a outro campo onde além das torturas sofria com trabalhos forçados.
Mas durante todo o filme Zamperini (Jack O'Connell) manteve-se forte, mostrando que mesmo sobre grande sofrimento físico, o espírito pode ser inquebrável, invencível mesmo quando parece que não temos nada em que nos agarrar.
Uma história poderosa, que nos mostra como podemos ser mais do que acreditamos que somos que podemos superar nossos limites, e como a simples vontade de viver pode nos manter sempre em pé e fortes.
Bem dirigido por Angelina Jolie, com locações lindas, e uma fotografia muito bonita, o filme sofre com alguns escorregões quando a sua edição, se tornando um tanto cansativo às vezes, e com um ritmo meio cadenciado, que talvez ficasse melhor com uma edição mais cuidadosa com esses detalhes.

Um ótimo começo de direção da Angelina, com uma história poderosa de grande inspiração e significado faz com que mesmo com esses pequenos defeitos não tirem seu brilho.

"Se eu aguentar, vou conseguir"

sábado, 24 de janeiro de 2015

ORQUÍDEA NEGRA


Orquídea Negra criada em 1973, criado originalmente por Sheldon Mayer e Tony DeZuniga, teve sua primeira aparição em Adventure Comics 428(Julho e Agosto de 1973) tendo mais algumas aparições em algumas revistas como Esquadrão Suicida e do Vingador Fantasma, não fazendo sucesso, teria sua história praticamente apagada da história dos super heróis em 1986 quando a DC lançaria a Crise nas Infinitas Terras, juntando seu panteão de supers, podendo assim juntar todos os heróis e universos que ela tinha adquirido com a compra de outras empresas, mas que também apagaria de vez alguns do super heróis e vilões.
Mas em 1988, os editores dariam a um jovem e prodígio escritor o direito de recontar a história de heroína a tanto esquecida, dando assim vida a uma das histórias mais incríveis que esse que vos escreve já leu, seria ele Neil Gaiman.
Nesse ano Neil Gaiman, já tinha feito pequenos trabalhos com HQs, principalmente com personagens próprios,  em editoras menores.
 Através de seu amigo Alan Moore, ele não só tinha descoberto o mundo dos quadrinhos, mas também sua nova paixão em escrevê-las, e foi então que lhe foi dada a missão de recontar a origem de Orquídea Negra.
A liberdade absurda que os editores lhe deram para recontar, ele criou uma história que mudaria completamente os moldes dos HQs lançados até então.
Tendo um começo diferente de tudo que você já tenha lido, em suas quatro primeiras páginas, ela morre carbonizada (Rápidas e inesperadas iguais as mortes de nossos queridos personagens em Game of Thrones).
Após esse começo perturbador, então apresentado ao seu criador, ao seu assassino original, e ao seu propósito.
Tendo sido criada por Philip Sylvian, após a morte de sua antiga paixão, Suzan Liden-Thorne por seu namorado o louco, porém apaixonado Carl Thorne, a morte da atual Orquidia Negra faz com que ela desperte, e procure saber qual o seu lugar no mundo, ao mesmo tempo em que procura respostas sobre o que é, e quem ela realmente é de verdade, apenas uma vaga memória de Suzan ou ela pode ser alguém diferente, alguém de verdade.
Apesar de estar entre esses dilemas, ela consegue ser forte, porém suave, pouco sexista, mostrando uma delicadeza impressionante, mesmo no meio de homens de extrema violência e estupidez.
Em meio à metáforas a vida e a morte, as perdas que temos e como lidamos com elas, as nossas crises existenciais, somos agraciados com uma arte belíssima feita por Dave McKean.
Além disso, é uma história cheia de participações, como o Batman, Hera Venenosa, Monstro do Pântano e até Lex Luthor.
Essa belíssima história fez com que Gaiman entrasse de vez no cenário dos quadrinhos adultos, tendo depois lançado pouco depois Sandman  (Wesley Dodds, calma que em breve ele faria o clássico Sandman, ou o Sonho se preferir e seus Perpétuos), que também lhe foi dado para que ele pudesse recontar sua história.
Além de ser uma belíssima história, é um marco na história dos HQs e vale muito a pena ser lida.
Aqui nas terras tupiniquis foi lançada inicialmente pela Opera Grafica e depois pela editora Globo em 3 edições, e em 2012 foi relançada pela editora Panini Books em uma edição definitiva, de capa dura, cheias de extras e revisada corrigindo erros que continha nas edições anteriores.
Uma história fantástica, com uma arte linda, em uma edição muito bonita e com um precinho camarada, vale cada centavo­­­­.


                           


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

It's a Wonderful Life ou A Felicidade Não Se Compra

1946, comédia dramática e fantasia


 George Bailey está terrivelmente triste e desesperado, pois o homem mais rico da região (Henry Potter) maquinou sua falência financeira. Está prestes a se suicidar quando aparece um anjo, e eles acabam entrando numa discussão, pois George garante que não faria falta a ninguém!
 O anjo que tem a missão de mudar a forma de George pensar, ele demonstra que tudo seria muito diferente sem ele (flashbacks e seus respectivos resultados.), porém bem ruim. É incrível como o filme relata muito bem a vida de George Bailey, suas inquietações e decepções.. e fica claro que até as coisas ruins podem ter um bom propósito. Tudo é uma caminhada, a vida é uma caminhada.

   Após o anjo concluir esta missão ele ganha asas que representam uma espécie de promoção hierárquica angelical.
  Sei que destaquei vários spoilers, mas isso não tira o mérito e incentivo para assisti-lo.
  Essa imagem lembra aqueles filmes de "felizes para sempre", e aí eu percebi que a vida é feita de vários "felizes para sempre", esse "sempre" é emocional neste caso, pois é uma forma de agarrar o momento!
 Este filme marcou minha vida e já assisti várias vezes..rsrs